Volta e meia
utilizamos este espaço com o objetivo de tentar estimular leitores
e, quem sabe, a sociedade, a utilizar uma ferramenta chamada estratégia,
ferramenta esta que é implementada através de diversos
passos, sendo a avaliação das próprias competências
um desses passos.
Se uma organização se propõe a realizar uma missão,
é necessário que ela tenha, reconhecidamente, competência
para tal, ou seja, que muitos lhe reconheçam a capacidade e
a vontade para fazer o que se propõe. Ilustrando: Ronaldinho
tem competência para atuar na Seleção ao mesmo
tempo em que a Volkswagen tem competência para fabricar automóveis,
e estas competências não são questionadas.
Uma cidade também tem diversas competências e pode desenvolver
outras, visando a realização de uma missão tal
como, por exemplo, atrair investimentos ou atingir o melhor nível
de qualidade de vida do país. Mas, lembrando, competência
é combinação de capacidade e vontade, portanto,
não conseguir fazer algo por não possuir a devida competência
é falta de vontade ou de capacidade, ou ainda, de ambas.
Limeira, indiscutivelmente, tem muitas competências caso se
proponha, de fato, a atrair investimentos e a melhorar a qualidade
de vida da população, ajudando, desta forma, a cumprir
metas do Fome Zero, afinal, poucos são os esclarecidos que
acreditam que acabaremos com a fome apenas doando cestas básicas
ou X reais aos carentes. É necessário capacitar, treinar,
educar e, mais importante, estimular a geração de emprego
e renda, sem se esquecer de melhorar a distribuição
de riquezas no país, via um sistema tributário mais
justo.
Quando, em uma cidade como Limeira, situada no estado mais desenvolvido
do país, outrora ocupante de importante posição
no ranking de arrecadação do estado, ouvimos que pessoas
só têm mandioca brava para comer ou que é necessário
a intervenção do Bispo para que o Governador receba
nosso Prefeito em audiência, creio que temos um claro indicador
de que já é passada a hora de deixarmos de lado as vaidades,
convocarmos as lideranças de direito e de fato para um trabalho
conjunto, trabalho este longo e desafiador, mas que acabe por apoiar-se
nas competências da comunidade (elas existem e são muitas)
e estabelecer uma estratégia eficaz de desenvolvimento, mesmo
que isto signifique ouvir críticas. A melhoria vem da admissão
da falha – se não admitirmos que estamos errando, continuaremos
errando.
Sem metas comuns claramente estabelecidas, sem a união dos
diferentes em torno de um objetivo comum e, principalmente, sem uma
estratégia bem implementada, continuaremos a assistir fatos
cada vez mais tristes e, depois deles, vamos nos queixar ao Bispo.